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Por Maria Helena Stankevicius

 

Por que esta distância entre a cartela de cores e a cor no produto?

Uma questão que sempre encontro, nas aulas em cursos técnicos, nos cursos de colorimetria ou nas empresas é “como lidar com o pessoal da criação” no “acerto de cores”? Já nas aulas dos cursos de design de moda ou no setor de criação e desenvolvimento nas empresas, a dificuldade é inversa: “o pessoal da fábrica não consegue acertar a cor”.

A marcação nas expressões deixa claro um problema que grande parte das indústrias enfrenta no seu dia a dia.  Parecem dois mundos o da “criação” e o da “produção”.  E essa é a questão, não existem dois mundos, existe a empresa, existe o cliente final com prazos apertados (que também são cobrados por prazos), existe o custo e o lucro (muitas vezes perdido pelos reprocessos, desperdícios, aumento de custos, atrasos, multas ou indenizações), dificuldades que criam, ainda, desgastes nas relações profissionais. 

Por que estas dificuldades? Por que esta distância entre a cartela de cores e a cor no produto?

O certo é que não existe receita pronta. Mas, sem dúvida, para qualquer empresa, o ponto de partida para a solução é: INTEGRAÇÃO, INFORMAÇÃO e CONHECIMENTO. 

O estudo sobre o fenômeno das cores é trabalhoso, abrange desde a composição química dos pigmentos, os estudos da física da luz e da fisiologia do nosso aparelho visual, passando pelas questões psicológicas da sua interpretação, sem falar da percepção que é única para cada indivíduo.

Criação e técnica não conseguem falar a mesma língua, esta é uma questão. Os colaboradores responsáveis por decisões de cores na empresa, sejam da criação, produção ou qualidade, diferem na sua formação, mesmo que os conceitos básicos sejam os mesmos. 

A integração, a informação e conhecimento,  trazem entendimento entre os setores e faz a diferença dentro da empresa. 

Quem deve fazer parte desta integração?

Todos os responsáveis por decisões de cores, tanto os envolvidos no processo produtivo (operadores de máquinas, encarregados, laboratoristas), como estilistas e designers, os responsáveis pelo desenvolvimento de produtos e criação. 

Quais as informações e conhecimentos necessários?

O conhecimento básico da teoria das cores e da colorimetria;

Os cuidados e procedimentos para análise da cor;

Melhorar o entendimento das limitações visuais, e conhecer os recursos para avaliações por aparelhos;

As limitações nos processos de produção dentro da empresa;

Estudar como obter o melhor resultado possível, com as condições já existentes na empresa.

Somente o trabalho em equipe e parceria entre os setores vai garantir ganhos na melhoria do ambiente de trabalho e economia dentro do processo de produção, resultado da soma de diferentes talentos, habilidades, formas de pensar e agir, e trabalho em cooperação, lidando com essas diferenças.

 

 

Maria Helena Stankevicius

Engenheira Mecânica Têxtil graduada pelo Centro Universitário da FEI - São Bernardo do Campo/SP e pós-graduada em Gestão e Tutoria na Educação à Distância, pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci - Indaial/SC. Cursou Mestrado Acadêmico em Engenharia Têxtil, na Universidade Federal de Santa Catarina UFSC - Blumenau/SC. Possui formação técnica em Saúde e Segurança no Trabalho. Há mais de 30 anos trabalha na indústria têxtil, participando na gestão em diversos setores. Atuando como docente em cursos de graduação e técnicos, nas disciplinas: Fibras Têxteis, Processos e Materiais Têxteis, Fiação, Ensaios Têxteis, Saúde e Segurança do Trabalho, PCP-Programação e Controle da Produção, entre outras. Autora do livro Etiquetagem de Produtos Têxteis e coautora do livro Tecnologia Têxtil.

Professora do curso de COLORIMETRIA BÁSICA NA INDÚSTRIA TÊXTIL, nas modalidades PRESENCIAL, ONLINE E INCOMPANY.