
Por MARIA HELENA STANKEVICIUS
Não tenho dúvida de que o ganho na produtividade e na qualidade, além da melhora do clima organizacional, estão diretamente ligados a integração entre os diversos setores da empresa. Administrando cursos e treinamentos, dentro dos diversos perfis de empresas, tenho clara a diferença entre a empresa que, apesar de ter muitas vezes, excelentes profissionais desenvolvendo suas atividades dentro de sua função, porém limitado a essa função ou ao seu setor, e a empresa que propicia maior fluxo de informação entre os setores.
Um curso in company realizado com colaboradores de setores diversos, traz como resultado, no mínimo:
A compreensão da exata importância do trabalho de cada colaborador dentro do fluxo produtivo da empresa;
A resolução de problemas mais rapidamente, pois além de ter um melhor entendimento do processo, sabe-se onde e com quem procurar a solução do mesmo;
Prever problemas futuros;
A compreensão das exigências, que muitas vezes são encaradas como “exageradas”, entendendo a “real” importância dentro do processo;
Várias situações de resolução de problemas surgem no momento do treinamento, onde o facilitador atua como mediador entre as partes (setores), equilibrando a percepção de cada um (dificilmente alguém detém 100% da razão);
Exemplificando resumidamente:
Turma ideal para um curso de Colorimetria in company:
Designers, desenvolvimento de produtos = cliente interno, início de todo processo (criação), detentor das necessidades e tendências do mercado;
Engenharia = conhece as limitações do processo produtivo (toda empresa tem sua limitação);
Comercial = estão na linha de frente (diretamente com o cliente), precisam conhecer o processo, suas limitações e os tempos de produção, para negociar as tolerâncias possíveis, visando produtividade;
Terceirizados = precisam entender nossas necessidades e particularidades;
Produção = conhece o processo produtivo em todas as etapas, precisa conhecer as necessidades e particularidades de cada produto que será produzido;
Qualidade = responsável pelo recebimento de matéria prima na empresa, pelo acompanhamento da produção e pelo resultado final.
Esse exemplo se aplica para cada tipo de treinamento.
Acredito que um profissional, treinado e exercendo bem sua função, representa apenas 50% de sua capacidade, se não estiver integrado com os diversos setores do processo produtivo. Além disso, quando se integram áreas e pessoas, movimenta-se o campo das ideias e isso é muito positivo, abre-se um campo para a inovação, que é espontaneamente provocada, discutida, podendo ser realizada dentro da organização.
Maria Helena Stankevicius é Engenheira Mecânica Têxtil, Mestranda em Engenharia Têxtil. Coordenadora dos cursos da área Têxtil e Vestuário da LIDERHAR. Há mais de 30 anos trabalha na indústria têxtil, participando na gestão em diversos setores. Atua também, como docente em cursos de graduação e técnicos. Autora do livro Etiquetagem de Produtos Têxteis – Atendendo ao Regulamento Técnico MERCOSUL.